Incluir exercícios com letras e
números na educação de crianças a partir dos três anos melhora o
desenvolvimento na alfabetização, afirmam especialistas. A prática, conhecida
como letramento, não é novidade em escolas particulares. No entanto, na rede
pública, a educação infantil ainda se resume ao cuidado e a brincadeiras sem
intenção didática.
A proposta não é a de transformar
creches em escolas, mas a de colocar as crianças em contato com textos, letras
e conceitos como preparação para a alfabetização, explica a psicóloga Tarciana
de Almeida, especialista em psicologia cognitiva.
DESIGUALDADE
"As crianças que moram em casas em que os pais têm o hábito de leitura já
saem na vantagem e a escola pública não ajuda a mudar esse quadro" ANGELA
DANNEMANN, diretora da Fundação Victor Civita
"Assim as crianças podem chegar
ao final do 3º ano [do ensino fundamental] como leitoras, escritoras e falantes
de sua língua cada vez mais competentes", afirma a pedagoga Patrícia Moura
Pinho, professora da Universidade Federal do Pampa.
"É a escola pública que não faz
isso com a alegação de que se está 'escolarizando' a educação infantil. Isso só
aumenta a desigualdade, estamos reduzindo as chances dos alunos de escola
pública", pontua Angela Dannemann, diretora executiva da Fundação Victor
Civita.
Para as especialistas, as críticas ao
letramento infantil não são pertinentes. "Desde sempre a criança está
inserida no mundo da escrita. Tudo depende de como a questão for trabalhada,
podemos, por exemplo, trabalhar textos de forma muito rica, sem que a criança
seja necessariamente alfabetizada", considera Tarciana.
(Clique aqui e leia mais... saiba 9 brincadeiras para desenvolver a capacidade de leitura de crianças.)
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